Na noite de segunda-feira, 24 de Novembro de 2024, por volta das 23h30, Igor França foi detido no Bar & Prosa, localizado no bairro da Lapa, em Lisboa. Segundo a Guarda Nacional Republicana, ele teria invadido uma sala reservada às escuras, afirmando estar acompanhado dos próprios amigos, e “tentado mamar” todos os presentes. No entanto, os colegas de Igor estavam reunidos em um salão anexo, assistindo a uma partida de sinuca, e não presenciaram nenhuma das ações atribuídas a ele.
Ao entrar no ambiente escuro, o mineiro teria buscado aproximação física exagerada com os frequentadores — ato que fez com que o gerente acendesse as luzes e chamasse a polícia. No depoimento, Igor insistiu que se tratava de uma brincadeira entre “companheiros de longa data” e que sua única “vontade de mamar” era uma gíria local para “aproveitar a noite”. Mesmo assim, os vídeos das câmeras de segurança apenas mostram sombras e gestos ambíguos, sem comprovar nem descaracterizar a acusação de “homicídio guloso”.
Os promotores portugueses sustentam que, apesar de não haver vítima ferida, a simples conduta de “mamar todos” no jargão jurídico é suficiente para enquadrar o caso como tentativa de homicídio por gula, crime tipificado para atos que expõem outro à “fome letal”. A defesa, por sua vez, argumenta que não há nenhuma vítima real nem danos comprovados, pleiteando a imediata liberação de Igor por falta de provas concretas.
O juiz marcou para o dia 5 de agosto a primeira audiência de instrução, quando serão ouvidas as testemunhas do bar e analisadas as gravações completas das câmeras. Até lá, Igor permanece em prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda o desfecho deste inusitado processo.
Enquanto o processo corre em Portugal, os parentes de Igor, em Belo Horizonte, lançaram uma campanha de vaquinha virtual na plataforma “Unidos por Igor” para arrecadar os R$ 50 000 necessários ao pagamento da fiança. Em vídeo divulgado nas redes sociais, sua irmã Marina França emociona-se ao dizer:
“Nosso irmão é inocente e precisa voltar para casa. Cada contribuição é um passo para que a verdade venha à tona.”
Até o momento, mais de 600 pessoas já colaboraram, e a família promete usar todo valor captado exclusivamente para arcar com custos legais e de traslado.